O evangelista
João, registra o episódio do encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço
de Jacó. Nesse encontro, a mulher samaritana perguntou a Jesus onde adorar.
Jesus respondeu que não é onde, mas como e a quem adorar. A verdadeira adoração
a Deus é em espírito e em verdade. É de todo o coração e também prescrita pela
palavra de Deus. A verdadeira adoração é um dos temas centrais das Escrituras.
A veneração de imagens de escultura é uma abominação para Deus, pois Deus é
plenamente espiritual em sua essência. Quando Jesus diz que Deus é Espírito
significa que Deus é invisível, intangível e divino em oposição a humano. É
desconhecido para os seres humanos a menos que ele decida se revelar (Jo 1.18).
Da mesma forma que Deus é luz (1Jo 1.5) e Deus é amor (1Jo 4.8), também Deus é
Espírito (Jo 4.24). Esses são elementos na forma em que Deus se apresenta aos
seres humanos, em sua bondosa auto-revelação em seu Filho. Deus escolheu se
revelar, quando o Verbo se fez carne. Quem vê a Jesus, vê o próprio Pai. O
culto prestado a outros deuses é uma ofensa a Deus, pois Deus é um só e não há
outro. A adoração a Deus, entrementes, não pode ser do nosso modo nem ao nosso
gosto, pois Deus mesmo estabeleceu critérios claros como exige ser adorado.
Jesus orienta a
mulher samaritana que não é de volta ao Judaísmo que os samaritanos devem ser
convertidos nem é para Jerusalém que devem fazer peregrinações para adorar. Em
Jerusalém Jesus também não achou “adoradores verdadeiros”. Ali eles haviam
transformado a casa de seu Pai numa casa de comércio. Os verdadeiros adoradores
não podem ser identificados por sua ligação a um santuário particular. Os
adoradores verdadeiros são aqueles que adoram o Pai em espírito e em verdade.
A adoração falsa é
abominação para Deus e a adoração hipócrita enfrenta o desgosto de Deus. O
profeta Isaías já havia demonstrado o desgosto divino, quando disse que o povo
de Israel honrava a Deus com os lábios, mas seu coração estava distante de Deus
(Is 29.13). Amós, nessa mesma linha foi contundente, quando em nome de Deus,
escreveu: “Aborreço e desprezo as vossas festas e com as vossas assembleias
solenes não tenho nenhum prazer. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos,
porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Am 5.21,23).
Jesus diz para a
mulher samaritana o que adoração não é. Primeiro, não é adoração centrada em
lugares sagrados (Jo 4.20). Não é neste monte nem naquele. Não existe lugar
mais sagrado que outro. Não é o lugar que autentica a adoração, mas a atitude
do adorador. Segundo, não é adoração sem entendimento (Jo 4.22). Os samaritanos
adoravam o que não conheciam. Havia uma liturgia desprovida de entendimento.
Havia um ritual vazio de compreensão. Terceiro, não é adoração descentralizada
da pessoa de Cristo (Jo 4.25,26). Os samaritanos adoravam, mas não conheciam o
Messias. Cristo não era o centro do seu culto. Nossa adoração será vazia se
Cristo não for o seu centro.
Jesus, também, diz
para a mulher samaritana o que a adoração é: Primeiro, a adoração precisa ser
bíblica (Jo 4.24). O nosso culto é bíblico ou é anátema. Deus não se
impressiona com pompa; ele busca a verdade no íntimo. Segundo, a adoração
precisa ser sincera (Jo 4.24). A adoração precisa ser em espírito, ou seja, de
todo o coração. Precisa ter fervor. Não é um culto frio, árido, seco, sem vida.
Deus deve ser o
nosso maior deleite e o culto a Deus deve ser a razão principal da nossa vida!
Pr. Hernandes Dias Lopes